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Uma parceria!

Parcelar pode ser boa opção, mas é imprescindível seu acompanhamento

Logo, a programação de entradas e saídas acaba invariavelmente sendo afetada para os meses posteriores.

Fonte: InfoMoney

Se por um lado o parcelamento  pode ser muito útil, pois possibilita a compra de determinados bens àqueles que não possuem dinheiro suficiente para efetuar a compra à vista, por outro lado, pode atrapalhar muito o planejamento financeiro.

Entre os problemas dessa facilidade é que a maioria das pessoas que optam pelo parcelamento, muitas vezes, deixa de computar esse gasto no orçamento futuro e, em consequência disso, terminam o mês no vermelho.

O planejador financeiro Valter Police, da Police Consultoria, pontua que esse é um comportamento comum, ou seja, os consumidores “computam a primeira parcela para o mês seguinte, mas as outras simplesmente são esquecidas”. Logo, a programação de entradas e saídas acaba invariavelmente sendo afetada para os meses posteriores.

Assim, se você não entende a razão pela qual o seu salário acaba sempre antes do mês, a resposta pode estar justamente nos parcelamentos que foram feitos nos meses anteriores. É importante ressaltar que parcelamento sem juros é uma boa opção, no entanto, é primordial seu acompanhamento.

Lembre-se, também, que ao optar por esse tipo de pagamento, parte do que você poderia gastar no futuro já foi comprometida, e você deverá se privar de alguns gastos para que a conta feche tranquilamente.

Financiamentos longos
Carros e imóveis, ou seja, bens que são parcelados a partir de dois ou três anos, envolvem uma questão ainda mais delicada do que as compras menores do dia a dia. Como as parcelas nestes casos podem comprometer algo em torno de 30% da renda mensal, porcentagem considerável, é importante se planejar muito bem antes fazê-lo.

Primeiro a pessoa precisa se assegurar se será capaz de abrir mão de alguns gastos por um bom tempo, com destaque para as compras de imóveis, cujas parcelas podem ultrapassar 30 anos. Aqui, Police alerta que realizar corte de gastos por alguns meses é bem diferente do que ter de privar-se de certas despesas por períodos mais longos, “muita gente simplesmente não consegue fazer isso, correndo o risco de, até mesmo, perder o bem”.

Além disso, é preciso estar ciente que sempre existe a possibilidade de que, em determinado momento, a renda mensal poderá sofrer reduções, pelos mais variados motivos, mas que os pagamentos terão que ser realizados até o final.

Enxergando apenas o valor da parcela
Outra conduta recorrente dos consumidores é olhar para as parcelas individualmente e avaliar se ela cabe ou não no orçamento. Supondo a compra de um bem de R$ 500, parcelado em 10 vezes, o consumidor se vê diante de uma parcela mensal de R$ 50. Desejando adquirir um produto superior, ele aceita um acréscimo de R$ 25 na parcela.

O que poucos enxergam é que, por um acréscimo pequeno na parcela, você está pagando 50% a mais no valor total do produto, o que, mais para frente, pode fazer falta para pagar outras contas, como, por exemplo, uma parcela do IPVA do carro.

Abusando nas festas
Datas comemorativas são eventos que podem prejudicar bastante o consumidor em termos financeiros, principalmente aqueles que se deixam influenciar pelas promoções e todos os outros tipos de atrativos do comércio. A grande variedade de produtos à venda somado ao desejo de agradar os familiares, por exemplo, faz as pessoas entrarem cada vez mais em dívidas.

Na Páscoa, por exemplo, quantos não foram aqueles que, em vez de comprar apenas o que seu dinheiro é capaz, parcelaram em diversas vezes a aquisição dos ovos maiores e das marcas mais caras? Segundo a consultora financeira Eliana Bussinger, o conselho, nestes casos, é um só, “viver uma vida mais simples ainda é a melhor opção”.

A consultora reconhece que se a pessoa tiver um controle orçamentário muito bom, é interessante parcelar toda vez que se deparar com uma oferta sem juros. No entanto, se você não for esse tipo de pessoa, prefira as compras à vista e entenda que o segredo do parcelamento está no controle, no acompanhamento e na correta compreensão do seu funcionamento.