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Mulheres que lideram homens: desafio é superar o preconceito

De modo geral, gerir uma equipe é sempre algo delicado

Apesar de todo o avanço da participação feminina no mercado de trabalho, segundo especialistas, algumas questões ainda precisam ser resolvidas. No que diz respeito à liderança, o desafio é superar o preconceito, especialmente quando a equipe liderada é formada exclusivamente por homens.

 

De modo geral, gerir uma equipe é sempre algo delicado. No caso de mulheres que lideram homens, os desafios podem ser ainda maiores, por conta da cultura social. Ainda assim, na opinião da consultora da Idort/SP, Elisabete Aparecida Alves, a questão não deve ser transformada em uma bandeira.

“A mulher não deve encarar a situação como uma bandeira, achando que tem de provar que sabe fazer, ou ainda, que sabe fazer melhor do que um homem. Agindo assim, ela corre o risco de não só não resolver o problema, se ela enfrenta resistência por parte de equipe, por exemplo, como ainda pode acirrar ainda mais o preconceito”, diz.

Questão é de postura
Independentemente se a equipe liderada é formada apenas por homens, é comum que a mulher tenha sua capacidade questionada, afirma a consultora de Recursos Humanos do Grupo Soma, Jane Souza.

Nestes casos, ela deve sempre se portar com profissionalismo, tendo uma postura mais firme - porém não autoritária - no início do contato com a equipe e nunca abrindo mão da autoconfiança.

A consultora diz ainda que homens e mulheres lidam de forma diferente com a pressão, sendo que ao trabalhar com homens é provável que a líder se depare com um comportamento mais agressivo ou debochado.

Se isso ocorrer, ela aconselha que a chefe mostre à equipe ou ao colaborador que tal comportamento não é adequado e aceitável. Entretanto, diz, ela não deve jamais revidar ou perder a razão.

Elisabete concorda e acrescenta: “independentemente de ser homem ou mulher, para ser líder é preciso ter equilíbrio emocional para trabalhar as questões e os desafios da liderança”.

Números
De acordo com estudo conduzido pelo Great Place to Work, empresa global especialista em ambiente de trabalho, no ano passado, 43% dos postos de trabalho das 100 melhores empresas para trabalhar, que juntas empregam 403.587 funcionários, eram ocupados por mulheres.

Dentre os postos de liderança, elas respondem por 36%, sendo que nas empresas presididas por mulheres, o índice de confiança dos funcionários nas organizações é de 83%, contra 81% das empresas lideradas por homens.

Mesmo assim, aponta o levantamento, de modo geral, a mulher ainda ganha menos, leva mais tempo para atingir cargos de liderança e dedica mais tempo ao estudo, formação e aprimoramento profissional.