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Maio tem maior fluxo de dólares em 8 meses
Foi o maior saldo desde setembro do ano passado.
Fabio Graner
O ingresso de recursos externos pelo mercado de câmbio atingiu US$ 2,06 bilhões na primeira metade de maio, acima do resultado de todo o mês de abril (US$ 1,43 bilhão) e também do mesmo período de maio de 2008 (US$ 1,48 bilhão). Foi o maior saldo desde setembro do ano passado.
O movimento reflete o aumento da confiança e do interesse de estrangeiros no Brasil, que combina relativa estabilidade e solidez com taxa de juros elevadas para os padrões internacionais, e explica porque o real se tem valorizado bastante nas últimas semanas.
Prova disso foi a reversão no fluxo de dólares pelo segmento financeiro, onde são contabilizadas os ingressos de investimentos em títulos, bolsa e também na produção, entre outras operações, como remessas de lucros. Até o dia 15, o câmbio financeiro acumulou ingresso líquido de US$ 1,4 bilhão, ante saída líquida de US$ 3,49 bilhões em abril. Em igual período de 2008, o fluxo financeiro também foi negativo (US$ 1,23 bilhão).
O saldo positivo no financeiro indica a retomada do chamado carry trade, operações em que o investidor toma empréstimo a juro zero lá fora e aplica no ainda alto juro brasileiro, causando a valorização do real. Para alguns setores do governo, o fortalecimento do real reflete o conservadorismo do Banco Central (BC) na redução da taxa Selic na reunião passada do Comitê de Política Monetária (Copom), quando o corte foi reduzido de 1,5 para 1 ponto porcentual.
Segundo uma fonte do BC, essa seria uma visão simplista, pois o câmbio estaria se movimentando mais por fatores como a queda da aversão ao risco e a alta nos preços das commodities. "As pessoas não podem cair no mesmo erro do passado, achando que o câmbio só é influenciado por taxa de juros, o que resultou nos problema de derivativos do ano passado", afirmou a fonte. Além disso, a maior parte dos recursos externos está sendo direcionada para a bolsa, disse.
O economista-chefe do Banco BES Investimento, Jankiel Santos, confirma que o carry trade está voltando por causa da percepção de que o Brasil tem juros atraentes e reservas internacionais que reduzem o risco da economia. Além disso, a situação externa parece melhor, o que favorece o apetite pelo risco. Para Jankiel, embora não seja a variável mais importante da política monetária, a valorização do câmbio pode favorecer um novo corte de 1 ponto na Selic, embora seu cenário básico seja de redução de 0,5 ponto.
O fluxo cambial positivo de maio, no entanto, não significa o fim da crise. "Não diria que a crise acabou, mas o que está ocorrendo dá uma tranquilizada sobre os cenários apocalípticos que vinham sendo traçados por alguns", disse.
O movimento reflete o aumento da confiança e do interesse de estrangeiros no Brasil, que combina relativa estabilidade e solidez com taxa de juros elevadas para os padrões internacionais, e explica porque o real se tem valorizado bastante nas últimas semanas.
Prova disso foi a reversão no fluxo de dólares pelo segmento financeiro, onde são contabilizadas os ingressos de investimentos em títulos, bolsa e também na produção, entre outras operações, como remessas de lucros. Até o dia 15, o câmbio financeiro acumulou ingresso líquido de US$ 1,4 bilhão, ante saída líquida de US$ 3,49 bilhões em abril. Em igual período de 2008, o fluxo financeiro também foi negativo (US$ 1,23 bilhão).
O saldo positivo no financeiro indica a retomada do chamado carry trade, operações em que o investidor toma empréstimo a juro zero lá fora e aplica no ainda alto juro brasileiro, causando a valorização do real. Para alguns setores do governo, o fortalecimento do real reflete o conservadorismo do Banco Central (BC) na redução da taxa Selic na reunião passada do Comitê de Política Monetária (Copom), quando o corte foi reduzido de 1,5 para 1 ponto porcentual.
Segundo uma fonte do BC, essa seria uma visão simplista, pois o câmbio estaria se movimentando mais por fatores como a queda da aversão ao risco e a alta nos preços das commodities. "As pessoas não podem cair no mesmo erro do passado, achando que o câmbio só é influenciado por taxa de juros, o que resultou nos problema de derivativos do ano passado", afirmou a fonte. Além disso, a maior parte dos recursos externos está sendo direcionada para a bolsa, disse.
O economista-chefe do Banco BES Investimento, Jankiel Santos, confirma que o carry trade está voltando por causa da percepção de que o Brasil tem juros atraentes e reservas internacionais que reduzem o risco da economia. Além disso, a situação externa parece melhor, o que favorece o apetite pelo risco. Para Jankiel, embora não seja a variável mais importante da política monetária, a valorização do câmbio pode favorecer um novo corte de 1 ponto na Selic, embora seu cenário básico seja de redução de 0,5 ponto.
O fluxo cambial positivo de maio, no entanto, não significa o fim da crise. "Não diria que a crise acabou, mas o que está ocorrendo dá uma tranquilizada sobre os cenários apocalípticos que vinham sendo traçados por alguns", disse.